terça-feira, maio 30, 2006

O Santo Graal


Retirado da Obra Mensagem do Graal - Abdruschin


Inúmeras são as interpretações das composições poéticas que existem sobre o Santo Graal. Os mais sinceros eruditos e pesquisadores se ocuparam com esse mistério. Muito disso tem elevado valor ético, porém, tudo traz em si o grande erro de apenas mostrar uma construção que parte do plano terreno para cima, ao passo que falta o principal, o facho de luz de cima para baixo, único capaz de vivificar e iluminar.

Tudo quanto se esforça de baixo para cima tem que se deter no limiar da matéria, mesmo que lhe haja sido outorgado o que de mais elevado possa obter. Na maioria dos casos, porém, mesmo com as mais favoráveis condições preliminares, mal pode ser feita a metade desse caminho. Quão longo, no entanto, ainda fica o caminho para o verdadeiro reconhecimento do Santo Graal!

Esse sentimento intuitivo da inacessibilidade se manifesta, por fim, nos pesquisadores. O resultado disso é que procuram conceber o Graal como sendo uma designação puramente simbólica de um conceito, a fim de lhe dar assim aquela altitude, cuja necessidade para tal designação sentem intuitivamente com acerto. Com isso, porém, na realidade, vão para trás, não para frente. Para baixo, ao invés de para cima. Desviam-se do caminho certo já contido em parte nas composições poéticas.

Somente estas deixam pressentir a verdade. Mas apenas pressentir, porque as elevadas inspirações e as imagens visionárias dos poetas na transmissão foram demasiado materializadas pela ativa participação do raciocínio. Deram à retransmissão daquilo que foi recebido espiritualmente uma imagem do ambiente terrenal contemporâneo, a fim de tornar o sentido de suas obras poéticas mais compreensível às criaturas humanas, o que apesar disso não conseguiram, porque eles próprios não puderam se aproximar do núcleo propriamente dito da verdade.

Assim foi dada de antemão uma base incerta para as ulteriores pesquisas e buscas; colocada com isso uma restrita limitação em cada êxito. Não é, portanto, de pasmar, que por fim somente se podia pensar em mero simbolismo, transferindo a libertação do Graal para o íntimo de cada ser humano.

As interpretações existentes não são destituídas de grande valor ético, mas não podem ter nenhuma pretensão de constituírem um esclarecimento das obras poéticas, e muito menos se aproximarem da verdade do Santo Graal.

Também não se entende por Santo Graal o cálice de que o Filho de Deus se serviu no fim de sua missão terrena, quando da última ceia junto com os discípulos, e no qual foi recolhido seu sangue na cruz. Esse cálice é uma recordação sagrada da sublime obra salvadora do Filho de Deus, mas não é o Santo Graal, para cujo louvor os poetas foram agraciados. Essas obras poéticas foram erradamente interpretadas pela humanidade.

Deviam ser promessas provenientes de elevadíssimas alturas, cujas realizações as criaturas humanas têm de esperar! Tivessem sido interpretadas como tais, então certamente, já há muito, outro caminho teria sido também encontrado, que poderia conduzir as pesquisas ainda um pouco mais adiante do que até agora. Mas assim teve que se apresentar finalmente um ponto morto em todas as interpretações, porque jamais se poderia alcançar uma solução total, sem lacunas, uma vez que o ponto de partida de cada investigação se encontrava de antemão em base errada, devido à concepção errônea de até então. - -

Jamais conseguirá um espírito humano, mesmo que tenha alcançado a sua maior perfeição e imortalidade, ver-se na presença do Santo Graal! Por tal motivo, também jamais pode descer de lá à matéria, à Terra, uma notícia satisfatória sobre isso, a não ser através de um mensageiro que tenha sido mandado de lá. Para o espírito humano, portanto, o Santo Graal terá de permanecer sempre e eternamente um mistério.

O ser humano que continue naquilo que possa compreender espiritualmente e procure antes da mais nada, realizar tudo aquilo que estiver em suas forças à mais nobre florescência. Lamentavelmente, porém, em seus desejos sempre estende de bom grado a mão para muito além, sem que desenvolva sua real capacidade, com o que comete assim uma negligência, que não o deixa alcançar nem sequer aquilo que seria capaz, enquanto que o desejado, de qualquer forma, jamais poderá alcançar. Priva-se com isso do que há de mais belo e mais elevado na sua verdadeira existência, ocasionando apenas uma completa falha no cumprimento de sua finalidade de existir. - - -

Parsival é uma grande promessa. As falhas e erros que foram introduzidos pelos poetas das lendas, devido a seu pensar demasiadamente terreno, alteram a verdadeira essência dessa figura. Parsival é uno com o Filho do Homem, cuja vinda o próprio Filho de Deus anunciou.

Enviado de Deus, terá ele que passar pelas mais difíceis penúrias terrenas com uma venda diante dos olhos espirituais, externamente como ser humano entre humanos. Após determinado tempo, libertado então dessa venda, reconhecerá então, o ponto de onde partirá e, conseqüentemente, a si próprio, vendo diante de si, nitidamente, sua missão. Essa missão igualmente trará uma libertação, ligada a um rigoroso Juízo, à humanidade que busca sinceramente.

Para tanto, não pode ser suposta uma pessoa qualquer, muito menos ainda se deve reconhecer nisto a possível vivência de muitos ou mesmo todos os seres humanos, mas será um bem determinado enviado especial.

Nas leis inamovíveis de toda a Vontade Divina, não é possível de maneira diversa do que cada coisa, após o percurso de desenvolvimento em sua mais alta perfeição, retorne novamente ao ponto de partida de seu ser original, nunca, porém, além deste. Assim também o espírito humano. Como semente espiritual, tem ele sua origem no espírito-enteal, para onde poderá regressar, como espírito consciente em forma enteal, após o seu percurso através da matéria, tendo alcançado a mais alta perfeição e adquirido pureza viva.

Nenhum espírito-enteal, por mais elevado, puro e radiante que seja, consegue ultrapassar o limite do Divino. O limite e a possibilidade de ultrapassá-lo residem aqui também, como nas esferas ou planos da Criação material, simplesmente na natureza do fenômeno, na diferenciação da espécie.

Como supremo e mais elevado está o próprio Deus em Sua inentealidade Divina. A seguir, como o mais próximo, um pouco mais abaixo, vem o Divino-enteal. Ambos são eternos. A este se segue, então, cada vez mais para baixo, a obra da Criação em planos ou esferas descendentes cada vez mais densas, até finalmente à matéria grosseira visível aos seres humanos.

A matéria fina da Criação material é o que os seres humanos chamam de Além. Portanto, aquilo que se acha além de sua capacidade de visão terreno-material grosseira. Ambas, contudo, fazem parte da obra da Criação, não sendo eternas em sua forma, mas sujeitas a alterações que visam a renovação e a reanimação.

No ponto de saída mais alto do eterno espírito-enteal se encontra o Supremo Templo do Graal, espiritualmente visível e palpável, porque ainda é da mesma espécie espírito-enteal. Esse Supremo Templo do Graal contém um recinto amplo que, por sua vez, se acha no limite extremo em direção ao Divino, sendo, portanto, mais etéreo ainda do que tudo o mais do espírito-enteal. Nesse recinto se encontra, como penhor da bondade eterna de Deus-Pai e como símbolo do Seu mais puro Amor Divino, e igualmente como ponto de partida da força Divina: o Santo Graal!

É uma taça onde algo como sangue rubro borbulha e ondula ininterruptamente, sem jamais transbordar. Irradiada pela mais clara Luz, é concedida somente aos mais puros de todos os espíritos-enteais poderem olhar para essa Luz. E estes são os guardiões do Santo Graal! Quando se diz nas obras poéticas que os mais puros seres humanos são destinados a se tornarem guardiões do Graal, esse, então, é um ponto que poeta agraciado transportou demasiadamente para o plano terreno, porque não conseguiu se expressar de outra maneira.

Nenhum espírito humano pode entrar nesse recinto sagrado. Mesmo em sua maior perfeição de entealidade espiritual, depois de seu regresso do percurso através da matéria, ainda não está suficientemente eterizado para poder transpor o umbral, isto é, o limite. Mesmo no seu aperfeiçoamento máximo, ainda é demasiadamente denso para tanto.

Uma eterização maior para ele equivaleria a uma completa decomposição ou combustão, uma vez que sua espécie, já de origem, não se presta para se tornar ainda mais radiante e luminosa, isto é, ainda mais etérea. Não suportaria.

Os guardiões do Graal são eternos, espíritos primordiais, que nunca foram seres humanos, os ápices de todo o espírito-enteal. Necessitam, contudo, da força Divino-inenteal, dependem dela, como tudo o mais depende do Divino-inenteal, a origem de toda a força, Deus-Pai.

De tempos em tempos, então, no dia da Pomba Sagrada, aparece a Pomba sobre o cálice, como sinal renovado do imutável Amor Divino do Pai. É a hora da união, que traz a renovação da força. Os guardiões do Graal recebem-na com humilde devoção, estando aptos depois a retransmitir essa força milagrosa recebida.

Disso depende a existência da Criação inteira!

É o momento em que no Templo do Santo Graal o Amor do Criador se derrama radiantemente para um novo existir, para novo impulso criador que, descendo, se distribui pelo Universo inteiro em forma de pulsações. Um estremecer transpassa nisso todas as esferas, um tremor sagrado de alegria pressentida, de imensa felicidade. Apenas os espíritos das criaturas humanas terrenas permanecem ainda de lado, sem sentirem intuitivamente o que está acontecendo justamente para eles, quão imensa dádiva broncamente recebem, porque sua auto-restrição no raciocínio não permite mais a compreensão de tal grandeza.

É o momento de aprovisionamento de vida para a Criação inteira!

É a contínua e indispensável repetição de uma confirmação do pacto que o Criador mantém em relação à Sua obra. Se um dia tal afluxo fosse interrompido, suspenso, tudo quando existe teria de secar aos poucos, envelhecer e se decompor. Adviria então, o fim de todos os dias e só restaria o próprio Deus, conforme era no começo! Porque unicamente Ele é a Vida.

Esse fenômeno está transmitido na lenda. É até mencionado no envelhecimento dos cavaleiros do Graal, durante o tempo em que Amfortas não desvela mais o Graal, até a hora em que Parsival aparece como Rei do Graal, e como tudo tem de envelhecer e perecer, se o dia da Pomba Sagrada, isto é, o “desvelar” do Graal não voltar.

O ser humano devia afastar-se da idéia de considerar o Santo Graal apenas como algo inconcebível, pois existe realmente! No entanto, é negado ao espírito humano, por sua condição, poder contemplá-lo sequer uma vez. Mas as bênçãos que dele fluem e que podem ser retransmitidas, essas os espíritos humanos podem receber e usufruir, se abrirem-se para elas.

Nesse sentido algumas interpretações não podem ser tidas em conta de totalmente erradas, contanto que não tentem incluir em suas explicações o próprio Santo Graal. São certas e, no entanto, também não o são.

O aparecimento da Pomba no dia determinado da Pomba Sagrada indica a periódica missão do Espírito Santo, pois essa Pomba se acha em íntima relação com ele.

Mas é algo que o espírito humano só é capaz de compreender por imagens, porque conforme a natureza do acontecimento, mesmo tendo o mais alto desenvolvimento, na realidade só pode pensar, saber e sentir intuitivamente até lá de onde ele próprio tem sua origem, isto é, até aquela espécie que é una com a sua mais pura condição de origem. É o eterno espírito-enteal.

Esse limite ele jamais poderá ultrapassar, nem mesmo em pensamentos. Algo diferente nunca poderá compreender. Isso é tão evidente, lógico e simples, que cada pessoa pode acompanhar esse pensamento.

O que para, além disso, existir, será e deverá ser, por essa razão, sempre um mistério para a humanidade!

Cada ser humano vive por isso numa ilusão errônea ao imaginar ter Deus em si, ou ele próprio ser Divino, ou poder tornar-se Divino. Tem em si espiritual, mas não Divinal! E há nisso uma diferença intransponível. Ele é uma criatura, e não uma parte do Criador, conforme tantos procuram se persuadir. O ser humano é e continua uma obra, jamais podendo se tornar mestre.

Por conseguinte, também é errôneo quando se declara que o espírito humano promana do próprio Deus-Pai e a Ele regressa. A origem do ser humano é o espírito-enteal, não o Divino-enteal. Apenas poderá, portanto, no caso de atingir a perfeição, voltar ao espírito-enteal. Corretamente falando, o espírito humano se origina do Reino de Deus e por isso também, quando tiver se tornado perfeito, poderá voltar para o Reino de Deus, não, porém, a Ele próprio.

Seguirão ainda mais tarde dissertações detalhadas sobre os planos isolados da Criação, que em suas espécies essenciais são totalmente diferentes.

No ápice supremo de cada um desses planos da Criação se encontra um Templo do Graal, como indispensável ponto de transição de força.

Esse é sempre uma cópia, formada na espécie essencial do respectivo plano da Criação, do verdadeiro e Supremo Templo do Graal, que se encontra no ápice de toda a Criação, e que é o ponto de partida de toda a Criação, devido às irradiações de Parsival.

Amfortas foi o sacerdote e rei na mais baixa dessas cópias do Supremo Templo do Graal, que se encontra no ponto mais alto do plano de todos os espíritos humanos que se desenvolveram de germes espirituais, portanto, mais próximo da humanidade terrena.


Do livro "Respostas a Perguntas"

PERGUNTA: Abdruschin diz que a lenda do Graal é uma profecia. Isso compreendo bem. Sua Mensagem do Graal, porém, descreve o Filho do Homem, Parsival, como sendo severo até o inflexível, enquanto no poema do Graal é dito com referência ao “tolo puro”: “tornar-se sábio por compaixão!”

RESPOSTA: Unicamente na justa severidade se encontra o amor beneficiador! Além disso, V. S.a compreende erradamente as palavras: tornar-se sábio por compaixão. Não é necessário ressaltar ainda que Parsival é um lutador. A seguir reflita V. S.a mesmo tranqüila e objetivamente: será possível que uma pessoa por compaixão a terceiros possa tornar-se ela mesma realmente sábia? Sábia mediante essa misericordiosa compaixão como V. S.a e também muitos outros seres humanos imaginam? Reflita com profundidade e finalmente chegará à conclusão de que um verdadeiro saber não pode surgir mediante compaixão. Conseqüentemente, aquela interpretação está errada.

Agora analise V. S.a a questão por outro lado, então chegará à conclusão de como deve ser interpretada e compreendida; de como era a idéia inicial. O significado é:”tornar-se sábio por sofrer conjuntamente!” Isso é mais correto. Compaixão significa, no fundo, sofrer conjuntamente! Não somente sentir a dor do próximo, mas sim experimentar realmente o sofrimento junto com o próximo. Sentir tudo pessoalmente no próprio vivenciar! Isso é coisa bem diferente. (*)

(*) Aqui temos sutis diferenças entre as palavras. “Mitleid”, substantivo, significa compaixão. “Mitleiden”, verbo, significa sofrer conjuntamente.

Apesar das divergências da inspiração original, devido à participação do cérebro humano do poeta na retransmissão, também está dito claramente na lenda ou profecia que o Parsival prometido teria de, lutando, vivenciar pessoalmente todos os erros terrenos, para sofrer com isso como muitos outros. Somente assim torna-se por fim realmente sabedor a respeito do que está errado e onde deve intervir, auxiliando e modificando, no começo de sua verdadeira missão.


Que ele, do ponto de vista espiritual, como tolo puro, passe por tudo dolorosamente, na incompreensão inicial dos conceitos terrenos, porque dirige predominante e involuntariamente seu pensar e com isso também seu atuar segundo as normas corretas do Além, as quais se tornaram incompreensíveis a esta humanidade no decorrer dos milênios perdidos, e assim tem de entrar inevitavelmente em conflito com os conceitos desta humanidade, não é difícil entender, uma vez que ele veio de um mundo completamente diferente, que vive de acordo com as leis primordiais Divinas, as quais, em muita coisa, são fundamentalmente diferentes daquelas leis que os seres humanos transviados espiritualmente inventaram para si aqui na Terra. Que ele, então, se torne severo e, por fim, na hora de sua missão tudo o que é terreno se endireite e se modifique inexoravelmente, de acordo com as leis Divinas, é igualmente natural.

Para isso ele, que se origina das alturas longínquas, onde os conceitos errados de sofrimentos terrenos autocriados têm de ficar incompreensíveis, precisou participar dos sofrimentos pessoalmente entre estes seres humanos, para poder obter a compreensão certa disso. Sem vivência própria não pode surgir aquele saber capaz de remediar verdadeiramente, com firmeza e segurança, completamente cônscio e infalível. Aí de nada adiantarão à inteligência humana qualquer distorção e qualquer mudança. Ele (Parsival) reconheceu-a com todos os seus defeitos; as partes doentes serão cortadas e eliminadas, para aliviar a vida terrena da humanidade que se esforça, e até mesmo torná-la semelhante à do Paraíso.

Para essa missão torna-se necessário de antemão o mais alto saber, estreitamente ligado com a vivência terrena, entre estas excrescências do raciocínio humano. E por isso o sacrifício de uma participação prévia do sofrimento é inevitável, se é que se deseja chegar ao verdadeiro saber! Isso condiciona, como necessária conseqüência, a severidade até inflexibilidade, já que a própria vivência sempre se erguerá à sua frente como exemplo.

Trata-se de um acontecimento natural, cuja grandeza, como sempre, somente será reconhecida pela humanidade muito mais tarde e com isso também a segurança na direção espiritual, que sempre utiliza todos os caminhos com naturalidade. Em acontecimentos de tal envergadura, os acontecimentos terrenos secundários, acompanhados de alegrias ou sofrimentos, mal entram em consideração. Por essa razão, isso sempre será natural para o executante. Ele não solicita compreensão ou compaixão humana; observando agudamente, apenas registra, na intuição, toda e
qualquer vivência, sabendo que tudo isso há de servir para sua formação.

E tudo será executado finalmente de maneira magnífica! Os próprios sofrimentos, as hostilidades recebidas da humanidade sob tantas formas afiam a espada e mesmo temperam o aço do martelo que, na reciprocidade, despedaçará essa humanidade em sua errada arrogância! Cheio de admiração, após os acontecimentos, o espírito humano, em visão retrospectiva com relação à sabedoria de seu Criador, curvar-se-á humildemente e, servindo obedientemente, colocar-se-á na engrenagem da Criação de Senhor.


PERGUNTA: Tenho visto e ouvido muitas vezes a ópera “Parsival”, mas permanece sempre em mim uma incerteza sobre o conceito “o tolo puro”. Se conseguisse pleno esclarecimento sobre isso, a impressão certamente seria ainda mais forte.

Em todo ser humano que pensa profundamente, a figura apresentando “o tolo puro” deve produzir uma incerteza. Essa incerteza se manifesta, porque a expressão bem como a apresentação inteira da figura constituem um erro, que eu fundamento nas minhas dissertações.

Essa resposta levaria longe demais, por isso contento-me em indicar que Parsival é “Das reine Tor”, o portal puro, mas não “Der reine Tor”, o tolo puro.(*) Nisso reside tudo, e o saber disso também lhe dará, com um outro conceito, o sossego. Parsival é na realidade o intermediário para a Criação; portanto, também para os seres humanos, e é o Portal da Verdade e da Vida para todas as Criações em ordem descendente.

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